Em 2001, há praticamente vinte anos, a revista Update publicou artigo sobre o Instituto Brasileiro de Peritos que destaca a função de investigação técnica e científica no mundo cibernético: “A proliferação de conteúdos e transações que migram para o território de fronteira chamado Internet exigiu a formação de toda uma gama de novas categorias profissionais.”
Continua a renomada revista Update informando que: “Com as novas atividades migram também os crimes. Logo, multiplicam-se as ações judiciais que envolvem negócios e informações on-line. Os tribunais passam a fazer novas exigências. Cria-se um novo mercado: o dos “ciber-peritos”. São profissionais que têm à frente um caminho recheado de pistas, o que não significa simples, e quase sempre mais caro que o das investigações tradicionais, pois exige conhecimento e tecnologia de ponta.”
Para o Instituto Brasileiro de Peritos em Comércio Eletrônico e Telemática (IBP Brasil), “quem deseja explorar esse nicho deverá oferecer muito mais do que a habilidade dos hackers (invasores de sistemas)”
“Ao montar o Instituto, em agosto deste ano, buscamos unir informação atualizada, métodos de investigação e um sério apoio jurídico, para que uma prova levantada tenha validade e não implique invasão de privacidade”, comenta Giuliano Giova, presidente da entidade.
A Revista Update ressalta que a estrutura do IBP é usada para apoiar o trabalho de advogados e o operadores do direito, além de atender o mercado corporativo. Até agora, “grande parte das investigações na Internet tem sido feita de forma amadora, comprometendo os resultados de várias ações e o ressarcimento em caso de danos morais e financeiros”.
O artigo detalha aspectos relevantes a serem considerados no exame de crimes cibernéticos, inclusive a questão da quebra de sigilo junto ao provedores e a necessidade de autorização judicial. O tema deriva para questão da demissão de funcionários de uma empresa depois de ser descoberto usando o correio eletrônico corporativo para distribuir fotos pornográficas pela Internet. Questões como a assinatura de um termo específico, na hora da contratação de um funcionário, poderia ser considerado para apoiar um eventual política da empresa de monitorar os e-mails dos empregados.
“A duração e o preço de uma investigação podem variar muito. Seja para recuperar documentos que sirvam como prova, comprovar falsa identidade de remetentes de mensagens ou verificar o acesso indevido a redes, entre outros casos, o trabalho desses profissionais requer tempo, planejamento e método”.
“Com um mandado judicial em mãos para pesquisar informações no computador de uma empresa, por exemplo, é preciso estudar a configuração da máquina, montar uma estratégia para não destruir outras informações guardadas e atuar sem interromper a rotina de trabalho”.
Um fator que ajuda e barateia a captação de provas é o treinamento contínuo de funcionários que têm acesso à rede da empresa, sobre temas como ameaças cibernéticas, provas e incidentes de perícia técnica. Não apagar e-mails suspeitos é uma das orientações dadas pelo IBP às empresas clientes”.
(Artigo original publicado em 2001 na Revista Update),
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